segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Mistura Perigosa

Quando política e religião se misturam, a razão dá lugar à crença, a sensatez é substituída pela fé cega e o conflito de ideias se transforma em antagonismo de caráter confesssional. Nada de bom pode sair daí. Por isso é de todo inconveniente para o país e para a democracia o desvirtuamento da atual campanha eleitoral para um debate baseado em temas de total subjetividade. O Brasil, desde a proclamação da República, é um Estado laico, uma democracia que não privilegia religiões, que tem partidos que não se subordinam à orientação de qualquer credo e as discriminações com base em orientação confessional são consideradas inconstitucionais, de acordo com o art. 5º, VIII, da atual Carta. As convicções religiosas não podem ser impostas, nem ser proibidas. São questões de foro íntimo e, nessa condição, devem ser vistas e respeitadas.
O direito de expressão é, como o de crença, um dos direitos e garantias individuais protegidos constitucionalmente. Assim como as entidades religiosas têm o direito de defender suas posições, o mesmo deve valer para quem pensa diferente delas.

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